O Brasil pode contribuir para o desenvolvimento da agricultura nas regiões tropicais do planeta com base em um modelo econômico de baixa emissão de carbono, suprimento de energia limpa e renovável e preservação dos recursos naturais. A pesquisa desenvolvida no País nas áreas agrícola e de pecuária no cerrado brasileiro pode ajudar a construir uma economia verde no mundo. A afirmação é do diretor-presidente da Embrapa, Pedro Antonio Arraes Pereira.
Pedro Arraes afirmou durante a palestra Cerrado, Água, Alimento, Energia e Pesquisa Agropecuária, na 63.ª Reunião Anual da Sociedade para o Progresso da Ciência (SBPC), que o bioma está presente em outros países e o Brasil pode transferir conhecimento para Colômbia, Venezuela e interior da África.
Dentre as tecnologias passíveis de disseminação, que buscam a preservação do meio ambiente, Pedro Arraes citou o sistema de plantio direto e o aprimoramento do manejo do solo, o controle integrado de pragas, que conjuga o combate de insetos nocivos às culturas com seus predadores naturais, e a integração lavoura, pecuária e floresta, que aumenta a produtividade por unidade de área e auxilia a reduzir o desmatamento.
Segundo Pedro Arraes, a pesquisa ainda não possui todas as respostas para equacionar plenamente questões colocadas no esforço por um desenvolvimento menos poluente, mas o Brasil é um dos países cujo peso da atividade econômica agropecuária e o conhecimento científico pode servir ao mundo.
“É preciso debater, como na Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente em 2012), quais são os princípios para a mudança ambiental e energética e talvez o Brasil seja o país que possa conseguir fazer isso.”
Ao falar da importância e dos avanços da pesquisa agropecuária realizados pela Embrapa, Pedro Arraes lembrou o significado da incorporação do Cerrado ao sistema produtivo. Salientou que o bioma contribuiu para que o agronegócio brasileiro avançasse, representando quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB), gerando empregos no País, bem como à redução do preço de alimentos nas cidades.
Ainda como resultado desse panorama, Pedro Arraes citou o passivo causado sobre o meio ambiente no meio rural e a necessidade atual de se avançar nesse aspecto, conciliando a agricultura como provedora igualmente de serviços tanto sociais quanto ambientais.
“No contexto das políticas públicas, pretendemos elevar o meio rural como mola propulsora de descarbonização de toda a agricultura. No
passado trabalhamos apenas visando o potencial econômico, mas hoje se faz necessário trabalhar também o social e o ambiental, entre eles, por
exemplo, as questões de energia alternativa, biomassa, energia eólica e outros tipos de energia alternativas que precisam ser desenvolvidas”, observou.
Fonte: http://sociedadesustentavel.terra.com.br/integra.php?id=2613
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